sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Novo tempo para a Igreja brasileira

Há anos ouço dizer que o Brasil precisará de uma intensa perseguição religiosa que "mexa" com a Igreja. Esse "mexa" substitui expressões como avive, purifique, prepare-a para o arrebatamento, traga unidade, salve os incrédulos e traga os desviados etc. Fato é, se você tem observado, que esse tempo chegou, é agora!

À exceção da época quando a igreja protestante forçava espaço para instalar-se na terra brasilis, nunca houve um período de tamanha resistência à nossa mensagem. Mais que isso: naqueles tempos a resistência era exercida somente pela Igreja Católica, enfrentamento superado há décadas, ainda que alguns apologistas evangélicos não tenham percebido que nossos principais problemas há muito tempo deixaram de ser com o catolicismo.

Do lado de dentro do arraial evangélico há um panteão de pastores e pregadores desperdiçando tempo, dinheiro e esforços para disparar "fogo amigo", escrevendo e acusando irmãos por questiúnculas. São os "Datenas" da igreja e os "Nelson Rubens" do meio gospel, promotores de desgraças e fofoqueiros de plantão.

Enquanto isso, levamos uma surra dos homossexuais no quesito "unidade". Ativistas LGBT e até os defensores da descriminalização da maconha estão mais unidos e envolvidos na defesa do que “crêem” e do que querem do que nós.

Alguém dirá: Nós levamos dez vezes mais evangélicos à Brasília do que a marcha gay quando da manifestação contra a PL-122. O número foi maior, é verdade, mas em termos proporcionais a mobilização regional, nos Estados, nas cidades e nas próprias denominações não ocorreu da mesma forma. Houve até líderes criticando o grupo que encabeçou o movimento dizendo que “queriam aparecer na mídia”.

Este é apenas um exemplo de motivos pelo quais a Igreja precisa manifestar sua unidade de propósito, de sentido e de parecer, conforme as palavras de Paulo (1Co 1.10). O que é que somos? Somos calvinistas ou arminianos? Ouvimos Voz da Verdade ou Raiz Coral? Batizamos como? Por aspersão ou imersão? E o batismo “do-com-em-por” Espírito Santo? Após cento e cinquenta anos no Brasil ainda há editoras publicando livros para atacar as posições discordantes de outras denominações, como se não dispuséssemos de fartíssima literatura sobre o assunto. BASTA!

Precisamos nos ocupar daquilo que valha a pena e nos envolver com assuntos e problemas que Jesus indicou como sendo “os nossos verdadeiros inimigos”. Confesso estar assustado com a letargia de muitos desses pastores, líderes e acadêmicos que se dizem tão "engajados" mas que não percebem a real dimensão da questão.

Acordem pastores! Acordem professores! Acordem pregadores! Acordem escritores! Acordem cristãos conscientes!

É hora de abandonar o peso excessivo e desnecessário das nossas disputas particulares e promover a causa do Reino de Deus, fazendo-o notado em nossa sociedade, em nossa cultura, no entorno de nossas comunidades, nas políticas públicas e principalmente frente aos crescentes ataques orquestrados feitos por grupos que já estão calando a voz da Igreja. O meu alerta é sério. Estamos distraídos.

A riqueza da Igreja evangélica a tem cegado, como escreveu João aos cristãos de Laodiceia. E não falo pensando nos neopentecostais somente, pois também a riqueza teológica dos tradicionais e a riqueza espiritual dos pentecostais têm impedido de ouvirmos a voz de Jesus batendo à porta e pedindo entrada. Levantamos muros onde Paulo orientou derrubá-los. Tornamos-nos inflexíveis em questões que Jesus disse para sermos tolerantes. Agora precisamos tomar cuidado para não sermos chamados bodes quando esperamos ser chamados ovelhas.

Não proponho um ecumenismo evangélico, é utopia demais para o momento. Mas desejo mais unidade na Igreja cristã no Brasil. Sugiro o abandono dos rótulos, ao menos a começar pelas "camadas mais baixas da Igreja", pois no alto dela o poder econômico levará mais tempo para ser colocado no seu devido lugar de servo, não de senhor.

Promova esta causa, incentive o debate e o envolvimento, dê sugestões e discuta no seu grupo e na sua classe os meios de mudarmos o quadro atual. Ore por isso e motive aqueles mais próximos a você a que façam o mesmo. Seja sal e salgue! Seja luz e ilumine! Do contrário, vá para o fim da fila e ouça novamente a mensagem da salvação. Talvez ainda haja esperança.

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